Nem todas as crianças são iguais, nem todas têm as mesmas capacidades, as mesmas competências, os mesmos comportamentos, nem todas se desenvolvem da mesma forma, nem todas vão ser boas alunas, boas desportistas, estar no quadro de honra, frequentar a faculdade ou ter múltiplas actividades extra-curriculares e nem todas terão as mesmas oportunidades. Sempre assim foi e sempre assim será.
E a somar a tudo isto há ainda várias condicionantes, como o caso de uma doença, e se for uma doença que roube qualidade de vida e que diminua capacidades mais complicado se põe o cenário.
Por isso deixem-nas sempre em qualquer circunstância ser crianças.
E a somar a tudo isto há ainda várias condicionantes, como o caso de uma doença, e se for uma doença que roube qualidade de vida e que diminua capacidades mais complicado se põe o cenário.
Como Mãe o que penso é que em primeiro lugar,
uma criança é uma criança e precisa de ser tratada como tal, precisa de tempo
para brincar, para aprender, precisa de experimentar, de ser feliz e de fazer
disparates, de rir, de ter tempo livre, de viver devagar.
No caso de uma criança com uma doença precisa de aceitação, apoio, amor,
compreensão, carinho, ajuda. Precisa de uma família unida, amigos, de uma rede
de apoio, de uma escola que o suporte e que o enquadre, que lhe dê
oportunidades, que o inclua, que perceba que há diferenças, que esteja disposta
a fazer diferente. Se precisar de tratamentos, terapias e acompanhamento
especial tem de ter tempo para, tem de ter quem o acompanhe e tem de ser
percebida e enquadrada pela sociedade.
Depois e só depois vêm as
expectativas, do que vai ser quando crescer, do que vai ser capaz de fazer, do
que vai aprender ou dos resultados que terá, isso passa decididamente para
segundo plano.
Estas crianças mais do que
quaisquer outras precisam de ser crianças, de não ter pressão sobre o seu
futuro, de não serem julgados, de não se preocuparem com diagnósticos ou
patologias (essas cabem aos crescidos), precisam de ser aceites por todos os
que os rodeiam e precisam ainda mais de apoio e de amor.
Não é um caminho fácil de
fazer, principalmente na correria da vida de hoje em que voamos de compromisso
em compromisso, de afazer em afazer, muitas vezes nos esquecemos do básico e do
que realmente importa e somos levados pela maré.
Mas há coisas muito mais
importantes do que resultados, do que prepará-los para vingarem na vida,
primeiro porque a infância não é uma preparação para a vida, a infância é
viver, e segundo porque não somos donos de nada e porque a vida não se
desenrola certinha dentro de planos, acções e objectivos, há tanto mas tanto
mais que nos espera e que nos pode literalmente tramar os planos!Por isso deixem-nas sempre em qualquer circunstância ser crianças.
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