Os Pais querem sempre o melhor para os filhos, querem que tenham saúde, que sejam felizes e que realizem os seus sonhos. No entanto muitas vezes também projectam nos filhos os seus sonhos não realizados, querem que os filhos se tornem alguém que queriam ter sido, que tirem o curso que queriam ter tirado, transferindo para os filhos a responsabilidade de viver o que não viveram!
Além de os estar a limitar nas suas escolhas e opções, ao viver a vida
dos filhos como se fosse a sua, os Pais não os estão a preparar para o futuro, nem os ajudam a crescer e a conquistar a sua independência emocional.
Viver em demasia a vida dos filhos como se fosse a própria, acarreta ainda problemas acrescidos para os Pais, pois esquecem-se de viver a sua própria vida e perdem novamente oportunidades de vida, pois estão tão mais focados na vida dos filhos do que na própria.
José Saramago sabiamente escreveu:
“Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior acto de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se a todo o tipo de dor, principalmente o da incerteza de agir correctamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.”
Não é um processo fácil, mas é o único correcto. Os Pais são a base do amor, a orientação, a transmissão de valores, o porto de abrigo, não seres castradores e ditadores. Os filhos não são nossos, recordam-se?
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